1. |
O País do Carver
03:39
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Todas as noites
À volta do fogo
Narra o mais novo
Estórias lá da América
Lá faz tanto frio
Que só mesmo de carro alugado
Queres ver que o país do Carver
É mesmo um país enregelado?
Há lá russos
E até brasileiros
Que são nuestro hermanos
Só não se avistam americanos
Uns mexicanos cantavam quem a sabia toda
Estavam a milhas de adivinhar
Que esse dogmático não sabia da poda
E que para almejar
Todas as noites
Até se extinguir o fogo
Mas jamais o decoro
Leva-me prà América
Eles lá têm
Barcos no telhados
E quem só degluta
Bifes grelhados
E o mano lá vai
E volta todos os dias prà fogueira
Por vezes entre os dedos
Traz lavoura caseira
Uns mexicanos cantavam quem a sabia toda
Estavam a milhas de adivinhar
Que esse dogmático não sabia da poda
E que para almejar à América chegar
Atravessas o rio e não o mar
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2. |
Conversas Vadias
03:13
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Isto só lá vai com mulheres
Que façam deste homens, meninos
Em bicos de pé tão triunfantes
Tão cerúleos, tão tolerantes
Tão longe de serem meninos
Ai, que cogitar tão varonil
E onde se refugiou a estouvadice pueril?
Dão-se alvíssaras a quem lhes restituir
Mesmo que devastados
Os castos corações de meninos
Aceitar o cinzel e ser
Menos pedra mais estátua
Refrear esse discurdo
De pouco ardor e perfeita dicção
Ai, que cogitar tão varonil
E onde se refugiou a estouvadice pueril?
Nem menino nem borracho
Não há quem lhe ponha a mão por baixo
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3. |
Cântico dos Noctâmbulos
04:18
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Fitas o mão da fita num mar de silêncio
Com o punho na boca
As lágrimas mornas escorrem-te pelos nós dos dedos
Dessa mão direita oca
Está na hora de voltar a sorrir
Tão viril, sorrir
Metê-lo num camião TIR
Vê-lo partir
Se esse pranto não secar
Por banal o vão tomar
Se esse padecimento à revelia se revelar
De desonesto o vão rotular
Deixar de jogar num losango dormente
Encontrar parceira fecunda e solvente
Vai ser bom pra toda a gente
Vai ser tão bom para toda a gente
Ai que bom!
Ó se vai, ó se vai, ó se vai
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4. |
Quarterback
04:02
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Diz-se amiúde que é deprimente
Conheço quem não seja o caso
Não é filho único, é filho suficiente
Ao contrário de muito boa gente
Que mordiscado o fruto apetecido
O semeou no peito, não no ventre
Não deve ser nada bom para o umbigo
Não pode ser nada bom
Se tudo isto são pessoas
Não são preparos para batalhas
Algo vai definhar
E quem no seu televisor inspirado
Para além de um challenger despedaçado
Tenha vislumbrado a mão de Deus
Entre gentlemen e camafeus
E outro que dezoito anos mais para a frente
Sentiu-o aproximar-se por trás
Omnipresente e potente
Jura que degustou o pé de Deus
Há também quem proclame
Que o Senhor devia era jogar futebol americano
Assim ele seria
O seu quarterback freudiano
Se tudo isto são pessoas
Não são preparos para batalhas
Algo vai definhar
Alguém não vai ver as melenas grisalhas
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5. |
Telheiros
04:28
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Só estou bem se não estou comigo
O que infelizmente só se proporciona
Quando estou contigo
Dentro de ti, da tua zona
A nata da tua geração
É formada por drogados
E grande parte deles são
Adultozinhos assazmente irados
Quando mentires convém
Cingires-te à verdade
Não deves brincar com a retina
Enrugada da burguesia afectada
É cegueira mais assassina
Que essa por aí ensaiada
A turbulência da romance
Perdeu-se na insipiência da tua estante
Nessa terra de ignívoros telheiros
Sem moral para vender aos fedelhos
Quando mentires convém
Cingires-te à verdade
Na retaguarda, um general maçon
E no flanco, o padre cruz
Quando mentires convém
Coibires-te de verdade
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